16 DE MAYO
/// 2013
ÚLTIMA FUNCIÓN!
invitados /// STEREO NO
tocando luego de la función, para festejar
en LA OREJA NEGRA/ Uriarte 1271
De tirar o fôlego
Postado em sábado, 27 novembro 2010Autor: Igor Muller
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Impressionante, estonteante, impactante. Não há adjetivos suficientes para descrever a performance Aniquilar la Niña, apresentada pelo casal Rodrigo Gomez e Florencia Gleizer, na noite de ontem. O público se aglomerava entre esculturas e obras de arte no Atelier da Gare enquanto, ao fundo, tocava um som contínuo e ritmado.
Vestidos de casacos compridos vermelhos por sobre roupas azuis, o casal cruzou por entre a plateia até chegar às suas posições. Ele nos instrumentos, ela no centro da roda que se formou. Ao fundo uma projeção que, nos, minutos iniciais da apresentação, aparecia N1.
O som constante logo é quebrado por um zunido que, aos poucos, dá espaço à música de Gomez, com o ritmo que lhe é característico, ela iniciou sua dança . Começou com passos lentos, às vezes estáticos, que aos poucos foram ganhando velocidade e intensidade estonteante ao sabor da música que a embala. Uma dança (pós)moderna, executada por uma bailarina com muito preparo e fôlego.
Mas a música não é apenas ritmo e impulso para a dança. É uma ordem. Gomez inicia uma espécie de poesia bilíngüe* repetida a exaustão e encenada (ou obedecida) pela bailarina que parece não ter outra escolha senão dançar até sua completa aniquilação. Era como se obedecesse a vozes de comando, totalmente entregue aos caprichos da voz que se repete e da música que contagia. Florencia age e reage, até que desfalece no chão.
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Deitada, Florencia fica no chão como à espera das ordens de seu musical algoz. Não tarda muito começa a tocar algo que, ainda que distante, soa como uma bossa-nova distorcida. Teclas de pianos e outros instrumentos formam uma música harmoniosa, com toques carinhosos e afetuosos. Florencia reage, como se tocada pela gentileza. Levanta-se vagarosamente, despe seu casaco e aguarda. A guitarra de Gomez muda o ritmo e ela o segue. Um som vigoroso e potente a hipnotiza novamente e ela retoma seus movimentos como inebriada pelo ritmo.
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Enquanto tudo isto é representado ao vivo, ao fundo a tela projeta imagens, mesclando em contrastes branco e preto os mesmos movimentos e situações assistidas ao vivo. Cada elemento, independente, se conecta e complementa a cena. Era tanta coisa para acompanhar que se tornava quase impossível não se deixar prender nos detalhes. Nada que prejudicasse a cena. Os olhares da plateia acompanhavam hora um, hora outro. Como que hipnotizados, o público só voltou a si quando se iniciaram os intensos aplausos.
Mais do que compreender, esta performance é para ser sentida, resume Vanessa Solis Pereira, que assistiu a apresentação. Ela e a amiga, Luciane Chiapinotto, comentaram que sentiram o peso e a densidade de cada movimento executado pela bailarina. As duas foram embora naquela noite sensibilizadas. – Com certeza esta performance nos faz pensar (muito), afirmou Luciane.
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A poesia
Pobre menina tonta
Todos querem me dirigir
Elos
Eu escuto
Mais uma vez
Como sofre
Como sofre a menina
Assim sofre a menina
Observemos novamente
Como sofre
Como sofre a menina
Como sofre a menina
Assim sofre a menina
Assim sofre a menina
*Tradução própria do texto extraída do ouvir. Qualquer interpretação/tradução diferente não é de responsabilidade do repórter
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Fotos: Nathália Schneider
Impressionante, estonteante, impactante. Não há adjetivos suficientes para descrever a performance Aniquilar la Niña, apresentada pelo casal Rodrigo Gomez e Florencia Gleizer, na noite de ontem. O público se aglomerava entre esculturas e obras de arte no Atelier da Gare enquanto, ao fundo, tocava um som contínuo e ritmado.
Vestidos de casacos compridos vermelhos por sobre roupas azuis, o casal cruzou por entre a plateia até chegar às suas posições. Ele nos instrumentos, ela no centro da roda que se formou. Ao fundo uma projeção que, nos, minutos iniciais da apresentação, aparecia N1.
O som constante logo é quebrado por um zunido que, aos poucos, dá espaço à música de Gomez, com o ritmo que lhe é característico, ela iniciou sua dança . Começou com passos lentos, às vezes estáticos, que aos poucos foram ganhando velocidade e intensidade estonteante ao sabor da música que a embala. Uma dança (pós)moderna, executada por uma bailarina com muito preparo e fôlego.
Mas a música não é apenas ritmo e impulso para a dança. É uma ordem. Gomez inicia uma espécie de poesia bilíngüe* repetida a exaustão e encenada (ou obedecida) pela bailarina que parece não ter outra escolha senão dançar até sua completa aniquilação. Era como se obedecesse a vozes de comando, totalmente entregue aos caprichos da voz que se repete e da música que contagia. Florencia age e reage, até que desfalece no chão.
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Deitada, Florencia fica no chão como à espera das ordens de seu musical algoz. Não tarda muito começa a tocar algo que, ainda que distante, soa como uma bossa-nova distorcida. Teclas de pianos e outros instrumentos formam uma música harmoniosa, com toques carinhosos e afetuosos. Florencia reage, como se tocada pela gentileza. Levanta-se vagarosamente, despe seu casaco e aguarda. A guitarra de Gomez muda o ritmo e ela o segue. Um som vigoroso e potente a hipnotiza novamente e ela retoma seus movimentos como inebriada pelo ritmo.
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Enquanto tudo isto é representado ao vivo, ao fundo a tela projeta imagens, mesclando em contrastes branco e preto os mesmos movimentos e situações assistidas ao vivo. Cada elemento, independente, se conecta e complementa a cena. Era tanta coisa para acompanhar que se tornava quase impossível não se deixar prender nos detalhes. Nada que prejudicasse a cena. Os olhares da plateia acompanhavam hora um, hora outro. Como que hipnotizados, o público só voltou a si quando se iniciaram os intensos aplausos.
Mais do que compreender, esta performance é para ser sentida, resume Vanessa Solis Pereira, que assistiu a apresentação. Ela e a amiga, Luciane Chiapinotto, comentaram que sentiram o peso e a densidade de cada movimento executado pela bailarina. As duas foram embora naquela noite sensibilizadas. – Com certeza esta performance nos faz pensar (muito), afirmou Luciane.
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A poesia
Pobre menina tonta
Todos querem me dirigir
Elos
Eu escuto
Mais uma vez
Como sofre
Como sofre a menina
Assim sofre a menina
Observemos novamente
Como sofre
Como sofre a menina
Observemos do outro lado
Como sofre
Como sofre a menina
Como sofre
Como sofre a menina
Não sofre
Estão ocultando ela
Observemos novamente
Como sofreEstão ocultando ela
Observemos novamente
Como sofre a menina
Assim sofre a menina
Assim sofre a menina
*Tradução própria do texto extraída do ouvir. Qualquer interpretação/tradução diferente não é de responsabilidade do repórter
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Fotos: Nathália Schneider